Resistência a autoridade Uma aconselhada de 15 anos de idade (“Maria”) me informou que não tinha a menor intenção de cooperar com o aconselhamento, a não ser que eu a ajudasse a se emancipar. Eu não concordei com o ultimato dela, nem concordei com ela sobre procurar a emancipação, mas eu concordei em procurar os pormenores da emancipação. Não foi o primeiro aconselhado que mencionou o desejo de emancipação, mas foi o primeiro que realmente falou sério sobre o assunto. Eu precisava me educar, então nós dois sentamos lado a lado, em frente ao computador, e olhamos para os requisitos legais da Califórnia para emancipação. Aprendemos o seguinte: para receber uma declaração de emancipação, você precisa provar TODAS essas coisas:
Ter pelo menos 14 anos de idade.
Você não quer morar com os seus pais. Seus pais não se importam se você sair de casa.
Você sabe lidar com seu próprio dinheiro.
Você tem uma forma legal de ganhar dinheiro.
Emancipação seria boa para você. Não há necessidade de dizer que Maria não conseguiu fazer seu plano funcionar porque ela só cumpria um dos requisites (sua idade). Quando ela percebeu isso, concordou em abrir um pouco sobre a sua vida. Os detalhes da situação em que ela vivia eram difíceis, e conselhos tiveram que ser dados delicadamente. Não detectei nenhum abuso, mas certamente havia sinais de comportamentos ruins dos pais na dinâmica familiar (palavras duras, falta de apoio). O que era muito mais importante nessa situação era o que o desejo de se emancipar revelava sobre a sua dinâmica familiar, sua cosmovisão, e seu coração. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23). Não é incomum para um adolescente desejar sair do âmbito de autoridade dos pais em algum momento da sua adolescência. Quando ela procura “emancipação”, ela vê que isso significa que seus pais não têm mais controle sobre ela e suas decisões. Isso parece bom para um adolescente em dificuldades! A emancipação legal é improvável na maioria dos casos que aconselhamos, porque precisa haver uma razão muito boa para tal. Para o grande desapontamento do meu aconselhado, odiar os pais não é considerado uma boa razão. Claramente há algo profundo acontecendo com Maria. Aconselhamento bíblico com adolescentes deve focar o coração, mas não antes de ter um entendimento correto da situação. Um adolescente não proclama sua independência por causa de ódio aos pais sem causa. É importante gastar tempo coletando informações. É possível que os pais do adolescente estejam realmente o destratando ou o negligenciando de alguma forma. Isto não deve ser assumido, mas deve ser investigado através de conversas cuidadosas tanto com o adolescente quanto com os pais. Muitas vezes, o adolescente está simplesmente mostrando uma resistência a autoridade que tem pouco a ver com os pais e mais a ver com uma visão errada sobre autoridade. Resistência a autoridade é onde Maria e eu encontramos um lugar comum. É onde todos nós podemos encontrar um lugar comum! No nível do coração, você e eu não somos diferentes do nosso aconselhado que quer emancipação de sua autoridade. Quando evitamos Deus e caminhamos em direção ao pecado, estamos fazendo a mesma coisa.
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