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Deus salve as crianças

Pais cristãos querem que seus filhos sejam salvos. Acreditamos que a salvação de nossos filhos não apenas os mantém fora do inferno e os leva ao céu, mas também os ajuda a viver vidas que honram a Cristo. Dormimos melhor sabendo disso. A grande pressão não verbalizada nos lares cristãos é que as crianças tomem uma decisão por seguir a Jesus. Algumas crianças fazem isso e parece genuíno. Algumas crianças dizem as palavras, mas parecem não entender. Algumas outras resistem a professar fé em Cristo apenas para contrariar seus pais. Tivemos um pouco de cada em nossa família.

A salvação não é garantida, mesmo que envolvamos as crianças na cultura cristã, demos uma educação baseada na fé e transmitamos valores familiares. Entregar as crianças ao grupo de jovens com a expectativa de que elas saiam do outro lado “prontas para seguir a Jesus” é tentador, mas irracional.

Nossa tendência é reduzir a salvação a unicamente o que é essencial, como uma profissão de fé ou uma mudança de vida. Salvação é equiparada a “identificar-se como cristão”. Mas na Bíblia, a salvação é realmente uma realidade muito mais profunda. É a obra definitiva de Deus em recuperar para si pecadores perdidos. É uma vida plena e eternamente garantida, sendo propriedade de e tendo um relacionamento com o Deus Soberano através da fé no sacrifício expiatório e na ressurreição corporal de Jesus (Romanos 1.16). Somente Deus determina quem é salvo (Efésios 2.8–9; 2 Timóteo 1.9). Ele dá Seu Espírito Santo como garantia de salvação (2 Coríntios 1.22), para termos confiança de que nossa profissão de fé é genuína e duradoura.

Como pais, precisamos abraçar esse entendimento rico e profundo da salvação. Isso ajudará a nos proteger da tentação de levar nossos filhos a fazer a oração cristã, tomar a decisão cristã ou viver a vida cristã à parte da obra transformadora que somente Cristo pode oferecer pela graça, mediante a fé (Efésios 2.8).

O papel dos pais na salvação de nossos filhos

Então, seria essa é uma daquelas coisas em que deixamos “Jesus pegar o volante” e apenas esperamos que Deus faça o que quiser com nossos filhos? A Bíblia enfatiza que a salvação inclui uma resposta ao dom da salvação—uma resposta de fé em Cristo, conforme Ele é revelado no evangelho, e a mudança de uma vida de rebelião contra Deus para uma vida de fé e obediência. Esse aspecto de fé e arrependimento é algo que podemos ajudar nossos filhos a entender. Não podemos converter nossos filhos, mas podemos ajudá-los a entender o que significa fé. Na verdade, somos chamados a esta obra pelo próprio Deus (Provérbios 22.6; Efésios 6.4; Marcos 10.13–16). Quais são algumas das maneiras pelas quais podemos participar desse aspecto da obra salvadora de Deus?

Trazemos o evangelho a eles ao ensina-los a verdade.

A verdadeira fé requer conteúdo. Paulo diz que o evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Cremos em uma pessoa—Jesus, e a salvação é ter fé no que Ele fez e no motivo pelo qual Ele diz que é importante, que é o evangelho. “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17).

O ensino pode acontecer de várias formas. Pode acontecer através das oportunidades educacionais que nossos filhos recebem na igreja. Podemos ensiná-los a verdade por meio de uma instrução consciente. Mas a maneira mais eficaz de ensiná-los é da mesma maneira que vemos o pai ensinar seu filho no livro de Provérbios. Ao longo da nossa vida, destacamos a atividade de Deus, fazendo conexões da verdade de Deus com a vida cotidiana.

Trazemos o evangelho a eles, ajudando-os a considerar a salvação.

As crianças que são ensinadas sobre Jesus devem considerar e avaliar o que sabem. É importante que nossos filhos tenham fé em algum momento. Eles precisam passar de uma simples concordância com as verdades que foram ensinadas para uma total confiança pessoal em Cristo. Eles precisam passar da obediência aos valores dos pais para a obediência a Jesus como Salvador e Senhor. Uma maneira de fazer isso é simplesmente perguntar-lhes qual das seguintes afirmações é mais precisa nesse momento da vida deles:

  1. Eu sei que sou cristão.

  2. Eu acho que sou cristão.

  3. Não tenho certeza se sou cristão.

  4. Eu não acho que sou cristão.

  5. Eu não quero ser cristão.

Não há resposta inaceitável para essa pergunta. Esta é apenas uma linha de base para saber como abordaremos o tópico mais profundamente.

Trazemos o evangelho a eles, ajudando-os a avaliar o custo de seguir a Cristo.

Os pais não fazem um favor aos filhos oferecendo fé como uma saída dos problemas. Um verdadeiro relacionamento com Cristo é caro (Lucas 14.27). Somos chamados a segui-Lo, morrer para o eu e para o mundo, e viver para ele. Uma maneira de sabermos que nosso filho está experimentando a verdadeira fé é quando o vemos lidando com o que acontece na vida como uma oportunidade de confiar em Deus, obedecer a Deus e crescer no conhecimento de Deus. Devemos estar dispostos a trocar o que nós achamos ser melhor, e deixar que Deus faça o que Ele sabe ser melhor para nossos filhos em Sua atividade salvadora. Isso requer um exercício de fé em nossos próprios corações!

Trazemos o evangelho a eles através da comunidade do povo de Deus.

Se entendermos a igreja como uma instituição com a qual nos afiliamos, ou um conjunto de atividades em que nos encaixamos em nossas vidas ocupadas, deixaremos de compreender a conexão entre fé pessoal e o propósito de Deus. A fé salvadora não é primariamente uma experiência pessoal. É a salvação que nos inclui numa comunidade dos salvos—uma comunidade que se constrói, se apoia e representa a missão misericordiosa de Deus em um mundo que está morrendo. Quando enxertamos nossa família na igreja, experimentamos o efeito de edificação e amadurecimento que a igreja foi projetada por Deus para produzir (Efésios 4.7–15). Na igreja, cada membro é nutrido regularmente por meio do ensino e da pregação da Bíblia. Nós nos ligamos a outras pessoas para fazer parte de algo que importa não apenas nesta vida, mas na vida futura.

Obviamente, a grande ponte de ligação entre o papel de Deus e o nosso papel na salvação de nossos filhos é a oração. Oramos com sinceridade e confiança para que Deus intervenha na vida de nossos filhos, porque eles têm uma necessidade e Ele tem a resposta. Quando todo o resto se esgota, oramos melhor.

Questões para reflexão

Quando você pensa no estado ou direção espiritual do seu filho, que medos você vê borbulharem em seu coração? Como você ora por seus filhos? Como sua abordagem à evangelização de seu filho seria diferente, dependendo de como você o vê respondendo à exposição as coisas de Deus (um coração quente ou frio para com as coisas de Deus)?

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Este post, de autoria de Andy Farmer, foi originalmente publicado no blog da Biblical Counseling Coalition. Traduzido por Leonardo Cordeiro e revisado por Lucas Sabatier. Republicado mediante autorização.

*Os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos aqui publicados são de inteira responsabilidade dos autores originais, não refletindo, necessariamente, a opinião da direção e membros da ABCB em sua totalidade.

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